CINCO SINAIS DE PROBLEMAS NA FALA. QUANDO VOCÊ DEVE PROCURAR POR AJUDA?

Dificuldades na fala. Esses são os sinais que indicam que você deve procurar por ajuda.

CINCO SINAIS DE PROBLEMAS NA FALA. QUANDO VOCÊ DEVE PROCURAR POR AJUDA?

 

Cinco sinais que podem indicar problemas na fala em crianças e adultos

Autor: CAMARGO, E.

A comunicação é uma habilidade essencial para a interação social e o desenvolvimento humano. No entanto, algumas pessoas enfrentam dificuldades na fala que podem impactar significativamente sua qualidade de vida. Distúrbios da comunicação, como gagueira persistente, disartria, apraxia da fala, afasia e desafios relacionados ao transtorno do espectro autista (TEA), requerem atenção especializada para garantir um desenvolvimento adequado da linguagem e da interação social. Este artigo tem como objetivo revisar os principais sinais de alerta para dificuldades na fala e destacar quando você deve procurar ajuda profissional.

Gagueira Persistente

A gagueira é um distúrbio caracterizado por interrupções involuntárias no fluxo da fala, como repetições de sons, prolongamentos e bloqueios. Embora seja comum na infância e possa desaparecer espontaneamente, em alguns casos a gagueira persiste e pode comprometer a comunicação e a autoestima do indivíduo (Ambrose & Yairi, 2013). Estudos indicam que a gagueira persistente pode limitar a expressão verbal, afetando a autonomia e a participação social. Intervenções terapêuticas, como a terapia comportamental, têm demonstrado eficácia na melhoria da fluência e na redução do impacto emocional associado ao transtorno (Ambrose & Yairi, 2013).

Disartria

A disartria é um distúrbio neuromuscular que afeta a produção da fala, tornando-a imprecisa e difícil de compreender. Essa condição pode ser causada por doenças neurológicas, como acidente vascular cerebral (AVC), esclerose múltipla ou doença de Parkinson (Duffy, 2013). Os sintomas variam de acordo com a gravidade da disfunção neuromuscular e podem incluir fala arrastada, monotonia e dificuldades na articulação de palavras. O tratamento da disartria geralmente envolve terapia fonoaudiológica focada na melhora da coordenação muscular e na articulação da fala, proporcionando maior clareza na comunicação (Duffy, 2013).

Apraxia da Fala

A apraxia da fala é um transtorno motor que afeta a capacidade do indivíduo de planejar e executar os movimentos necessários para a fala articulada. Embora a musculatura envolvida na fala esteja preservada, a dificuldade está na organização dos comandos motores necessários para a produção das palavras (Murray, 2014). Essa condição pode resultar em uma fala distorcida e de difícil compreensão. O tratamento fonoaudiológico consiste na repetição de padrões sonoros e na realização de exercícios motores para reabilitação da fala, sendo fundamental para a evolução dos pacientes com apraxia (Murray, 2014).

Afasia

A afasia é um transtorno da linguagem frequentemente associado a lesões cerebrais, como AVC ou traumatismo cranioencefálico. Essa condição compromete tanto a compreensão quanto a produção da linguagem, podendo resultar em dificuldades para encontrar palavras, formar frases coerentes e compreender o discurso alheio (Kertesz, 2006). Dependendo da extensão da lesão, a afasia pode ser classificada em diferentes tipos, como afasia de Broca, Wernicke ou global. A terapia de linguagem, com enfoque em estratégias de comunicação alternativas e suporte na reintegração social, é essencial para promover a recuperação funcional e melhorar a qualidade de vida dos pacientes (Kertesz, 2006).

Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Alterações na Comunicação

Indivíduos com TEA frequentemente apresentam dificuldades na comunicação verbal e não verbal. Os desafios podem incluir atraso no desenvolvimento da fala, uso atípico da linguagem e dificuldades na interação social (Paul et al., 2014). Estratégias terapêuticas voltadas para a comunicação, como a terapia ABA (Análise do Comportamento Aplicada), têm mostrado resultados positivos na promoção da comunicação funcional e na melhoria da interação social desses indivíduos (Paul et al., 2014). A intervenção precoce é essencial para otimizar o desenvolvimento da linguagem e favorecer uma melhor qualidade de vida.

Quando Procurar Ajuda Profissional?

Cada indivíduo apresenta um desenvolvimento linguístico único, porém alguns sinais indicam a necessidade de uma avaliação especializada:

  1. Dificuldade persistente na fluência da fala (gagueira prolongada);
  2. Fala arrastada, monótona ou imprecisa, sugerindo disartria;
  3. Dificuldade em planejar ou articular palavras corretamente, como na apraxia da fala;
  4. Problemas na compreensão e produção da linguagem, características da afasia;
  5. Atraso no desenvolvimento da fala e dificuldades na interação social, comuns no TEA.

A avaliação por um fonoaudiólogo ou médico especialista é essencial para um diagnóstico preciso e para a definição de um plano de tratamento individualizado. O acompanhamento profissional adequado pode fazer uma diferença significativa na vida daqueles que enfrentam desafios na fala, promovendo a inclusão social e a comunicação eficaz.

Os distúrbios da fala podem impactar diversos aspectos da vida de um indivíduo, desde a socialização até o desempenho acadêmico e profissional. A identificação precoce dos sinais de alerta e a busca por intervenção especializada são fundamentais para minimizar os impactos negativos dessas condições. Terapias específicas, adaptadas às necessidades de cada paciente, podem contribuir para a melhoria da comunicação e para uma maior qualidade de vida.


Referências

Ambrose, N. G., & Yairi, E. (2013). The persistence of stuttering in young children: What we know and what we don’t know. American Journal of Speech-Language Pathology, 22(3), 424-435.

Duffy, J. R. (2013). Motor Speech Disorders: Substrates, Differential Diagnosis, and Management. Elsevier Health Sciences.

Kertesz, A. (2006). Western Aphasia Battery-Revised (WAB-R). Pearson.

Murray, E. (2014). The therapy of childhood apraxia of speech: A systematic review. Clinical Linguistics & Phonetics, 28(3), 231-254.

Paul, R., Norbury, C. F., & Gosse, C. (2014). Language Disorders from Infancy through Adolescence: Listening, Speaking, Reading, Writing, and Communicating. Mosby.


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